Esse ano de 2013 eu tive a oportunidade mais uma vez de viajar com o pessoal da redspark, como ganhador do prêmio do Agon, o incentivo que temos na empresa para levar profissionais a eventos da área que acontecem nos EUA.
Em 2011 escolhemos a Adobe MAX, o prêmio de 2012 foi adiado para janeiro de 2013, para podermos participar da CES, o maior evento de tecnologia que acontece em Las Vegas.
Passamos dez dias em Las Vegas, foi realmente fantástico, estávamos em 4 membros, Rafael Martinelli (diretor), Henrique Marino (gerente de projetos), Bruno Sales (desenvolvedor e membro do time de produtos), e eu Eduardo Horvath (líder do time de UX).
Não tem como estar em Las Vegas sem conhecer os cassinos, isso porque praticamente todos os hotéis principais são cassinos também, então ao andar por Las Vegas é impossível não conhecer os belíssimos hotéis da cidade. Um mais fantástico que o outro. A cidade esbanja luxo, mas não é uma cidade cara de se visitar, e vale a visita com toda certeza. Claro que, fomos exclusivamente para o evento do CES ’13, mas chegamos antes, e ocupamos nossos dias de forma muito bacana, conhecendo a cidade, fazendo compras é claro, e comendo muito, mas muito cheeseburguer =] essa foi obviamente a minha opção, o restante do pessoal optou por comida as vezes, mas eu sem dúvida experimentei todos os tipos de cheeseburguers disponíveis da região.
Foram muitas as boas experiências e relatar aqui tudo tornaria o post gigante e mais voltado a viagem…
Mas o assunto é CES, vamos lá. Para quem me conhece, saiba, você vai ler mais do mesmo, ou seja, vou repetir aquilo que já disse e aquilo que obviamente já repetia antes mesmo de ir para a CES.
Olhei o evento não com o olhar para encontrar uma tecnologia específica, mas como sempre faço, procurando uma tendência. Vide que aquilo que se destaca nem sempre é aquilo que cai no gosto do mercado, mas o que as tecnologias tem em comum, fazem com que se perceba uma tendência. E a tendência como não era de se surpreender é que teremos cada vez mais o uso de apps integrando as várias atividades do nosso dia a dia.
O que achei curioso foi a aposta da Panasonic, um chassi completo, com motor e tudo (obviamente) de um carro elétrico. Aí você diz, temos carro elétricos a décadas mas até hoje não emplacaram. Sim, os motivos são vários, sem entrar no aspecto político e na indústria do petróleo, vamos falar unicamente da UX disso. A experiência em relação a um carro elétrico é sempre complicada, ou falta potência, ou falta uma forma de carregar o seu carro, etc, geralmente pessoas que optaram por essa tecnologia (em países de primeiro mundo onde é possível fazer tal escolha) ainda precisam carregar seus carros em casa, sabe, como fazemos com os nossos smartphones antes de saírmos, está full 100%? Ok, agora posso sair. Quando não, já nos preparamos para pensar onde será nossa próxima parada de abastecimento, no escritório, na Starbucks, na casa de um amigo, etc. No caso do carro elétrico não é diferente. A Panasonic investiu. Desenvolveu toda a plataforma do carro elétrico e também uma “bomba” para carregar o seu carro 2.0.
Agora, perceba uma coisa, você não vê um carro com o capô aberto e o motor aparecendo, isso porque a Panasonic não tem tradição na construção de carros, e sim de eletrodomésticos, ou seja, em se tratando do melhor uso da energia elétrica, ela sabe o que está fazendo, mas quando se fala em design de carro, certamente que não. Por isso me pareceu um protótipo sensato, e com uma boa parceria pode ser que dê certo.
Confira as fotos que tirei.
Ainda sobre carros (muitas, mas muita coisa no evento sobre isso) a NVidia apostou em um painel de carro inteligente, que troca entre as várias necessidades do piloto, velocidade, gps, combustível etc, checagem do próprio veículo e tudo, o interessante foi ver que o game busca recursos no mundo real, ou seja, os games procuram a cada dia serem mais realistas, ao passo que com isso, tivemos HUDs criados e testados incansavelmente por vários usuários (gamers) ao longo das décadas, não me admira usar essa tecnologia de maneira reversa, trazendo a experiência dos games ao nosso dia a dia. (em breve trarei o vídeo desse painel aqui)
Voltando ao dia a dia, mais e mais produtos saindo com recursos de aplicações integradas, isso se dá ao avanço e resposta que teve a tecnologia touch, e a experiência que foi aceita pelos smartphones e recentemente dos tablets. Não podemos deixar de comentar que a Apple fez isso possível, quando todos iam contra a maré e desacreditaram da tecnologia touch, ela apareceu usando a tecnologia no primeiro modelo do iPhone, abolindo o uso do teclado físico. Isso dá pelo bom uso da tecnologia e a resposta extremamente boa do produto ao toque. Não basta ser touch, tem que funcionar, tem que responder ao toque do usuário de maneira confortável.
Espero sinceramente que aprendam outro modelo que foi trazido da Apple, que de nada adianta ter a solução tecnológica se você não oferecer bons recursos, boas aplicações, evidentemente uma ótima integração e claro, uma maneira fácil de atualização e instalação de novos recursos.
Share the Recipes
Sim, qual não é a dona de casa que não desejaria compartilhar suas receitas?
Sei que é possível que você esteja se perguntando disso, mas… a cultura brasileira é diferente da norte-americana e a européia nesse sentido sobre receitas. Brasileiro não compartilha receita, pelo contrário, como tudo que ele faz sobre conhecimento adquirido, ele esconde, sim… esconde, e com receitas não é diferente mesmo, as donas de casa brasileiras por mais nerds que sejam, não compartilhariam suas receitas, afinal, é somente na casa da dona joana que você vai experimentar o pão feito de x coisa.
Mas, o resto do mundo não é assim, e existe uma necessidade extrema de compartilhamento de conhecimento (o que mostra claramente porque ainda somos terceiro mundo, poucos aqui compartilham conhecimento).
Ter essa facilidade já incluída nos produtos da casa é fantástico. Imagine outra situação onde claramente seria utilizado pelo brasileiro, você tem a receita no seu smartphone, ou tablet e gostaria de poder ler facilmente no seu fogão, ou na sua geladeira, sem que tenha que levar o produto delicado que é o seu smartphone para pegar gordura na sua cozinha. Quem já passou por isso entende bem o que estou falando.
Claro que, não termina por aí, temos ainda o controle de estoque, alertas que podem ser inseridos, entre tantas outras facilidades, sem termos que possuir apps para tudo exclusivamente no nosso smartphone, as apps estariam cada uma no seu devido lugar, apps para a cozinha, na sua cozinha, e assim por diante. Aquelas que tem uma relação diferenciada entre os devices, poderiam estar em mais de um, um exemplo típico a uma app que faça o relatório dos mantimentos da sua geladeira, e vai te lembrar no seu smartphone quando você estiver no supermercado de que falta determinado produto (através do recurso simples de gps), tende a ser um mundo melhor e mais fácil, a cada dia.
O que isso implica para nós do mercado de TI. O óbvio, cada vez mais temos novos tipos de devices surgindo no mercado que vão necessitar de apps. Não será somente telefones, computadores e tablets, teremos na próxima década uma enxurrada de novas possibilidades, dos e-readers a geladeira, fogões, carros, etc.
Quando se trata de possibilidades elas são infinitas, cabe a nós entender como integrar essas soluções de maneira a termos uma boa experiência, de forma que tais recursos nos facilite realmente o dia a dia, ao invés de nos saturar ainda mais com informação, tornando o homem escravo das apps, hoje temos pessoas e mais pessoas ligadas aos seus smartphones como extensões do próprio braço. Acredito mesmo, que isso se dá ao smartphone ter sido o primeiro recurso inteligente de informação móvel, quando a informação estiver disponível em todo lugar, sendo ela relativa a aquela ambiente, creio mesmo que voltaremos a ter maior liberdade como seres humanos, e tais experiência farão parte da nossa vida de maneira muito natural.
Esse foi apenas um resumo, porque a CES é um evento gigantesco, vi como era de se esperar, tablets com teclados, notebooks que tiram seus teclados e viram tablets, claro, aquilo que temos acompanhado do mercado que está experimentando para entender o que o consumir realmente quer, ao invés de entender que cada produto desempenha o seu papel.
Preferi procurar analisar a tendência, e ela certamente será no uso de apps em todos os tipos de produtos das nossas vidas.
(artigo ainda não revisado, mas optei por publicar)
Eduardo Horvath é UX Lead e Designer na redspark.
Formado pela Faculdade Impacta de Tecnologia no curso Design de Mídia Digital ele atua na área de Design há mais de 15 anos.
@eduardohorvath