Técnico

Design Thinking e o Alfaiate

Quando vamos tomar uma decisão nos negócios ou criar uma solução, sempre buscamos meios de fazer as melhores escolhas. Buscando novos conceitos e métodos para isso acabei me deparando com o Design Thinking, que me causou interesse e hoje acabou como uma das minhas ideologias profissionais.

Quando ouvi falar no Design Thinking, fiquei impressionado com os conceitos e com o que ele se propõe a mudar, mas depois de um tempo estudando o assunto acabei me deparando com uma barreira muito difícil de ser quebrada: Retirar a essência da ideologia e utilizar o conhecimento que me foi entregue para mudar as minhas ações no dia-a-dia.

Não sou formado em Design, mas fui ensinado por um grande amigo Designer que muito mais que uma técnica superficial para inovar, o Design Thinking é uma ideologia e que os conceitos que são passados devem ser entendidos na sua essência e incorporados na vida.

Para mim, após um tempo imergido nesse mundo, o Design Thinking acabou se tornando mais uma forma sugerida de ensinar conceitos de criação que sempre existiram, mas que as pessoas têm dificuldades de assimilar e incorporar na sua rotina, tentando através do formato metodológico, de uma forma mais prática, forçar para que utilizem realmente no momento de concepção de uma solução.

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Acabo vendo muitas pessoas ficarem no campo da superficialidade, mantendo o Design Thinking somente como uma brincadeira, uma sessão de brainstorm, colando post-its na parede e ficando com a imagem de “Palavra do Momento”, mas não conseguindo retirar o seu núcleo, a sabedoria contida no conceito, e o mais importante, colocar para fora do papel, para a prática, mudando suas ações.

O exercício de quebrar essa barreira, de mudar sua visão de como as coisas são feitas, entender que os conceitos lá dentro sempre existiram e realizar que o problema real é o “pôr em prática”, são o grande ponto que buscamos.

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Para tentar explicar melhor o meu ponto de vista, vou colocar quatro frases abaixo. Leia e me responda sobre qual assunto estou falando:

  • “Fiquei preocupado em como o meu cliente iria sentir-se enquanto usava. Preciso saber se ele está confortável, se não o está incomodando, se ele está sentindo-se bem e feliz na utilização.”
  • “Eu preciso envolver o meu cliente nas escolhas da minha criação. Preciso pedir sua opinião na cor, no formato, nos componentes. Preciso que ele se sinta parte das decisões e do resultado final.”
  • “Eu preciso saber onde o meu cliente irá utilizar a minha criação. Preciso saber as circunstâncias em que o meu cliente irá permear com o produto final. Preciso saber se o que vou entregar está adequado e no nível exigido pelo ambiente em meu cliente irá utilizá-lo.”
  • “Fiz o meu cliente experimentar várias vezes para eu arrumar os erros encontrados durante a criação. Cada vez que ele experimentava, novas ideias e correções iam surgindo e assim o produto final ia evoluindo cada vez mais.”

Estou falando do processo de Design Thinking, certo? Não. Estou relatando o processo de criação de um terno, por um alfaiate francês do século XVII.

Volte e releia as frases, constatando que o processo de criação de um alfaiate sempre cumpriu todas as etapas do design e veja que esses conceitos que estudamos hoje sempre foram utilizados, vividos de maneira empírica, por muitos e muitos anos.

Nós, como muitas vezes caímos no vício de ficar filosofando sobre os conceitos e pensamentos, esquecemos que o mais importante é o exercício de utilização do que aprendemos no nosso dia-a-dia.

Retirar a essência do que está sendo ensinado e colocar em prática, tirando para fora dos livros, é o segredo.

E este tem sido o grande desafio para mim, esta nova visão de mundo que me foi ensinada, fazendo como o alfaiate: Quebrando a barreira do superficial e colocando em prática, exercitando todos os dias, os valores do Design Thinking no meu trabalho e na minha vida.

aldous

 

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