Abaixo seguem os piores mitos sobre User Experience mais populares que separamos para comentá-los.
Você talvez se pergunte a respeito de alguns deles questionando o fato de serem mitos, acontece que os mesmos são frases ditas pelas pessoas dos 3 segmentos abaixo e que representam um grau de importância significativo para a User Experience, por isso consideramos como mitos de UX.
Comentário:
Iniciamos com um dos mais clássicos mitos, o desalinhamento, o campo, box, imagem, ou outro objeto que está desalinhado ou mesmo em cor diferente dos demais objetos da cena.
É fato, como comentado no texto sobre UX (What the Hell is UX?) o ser humano gosta do belo, e gosta do simétrico.
Você certamente nunca se perguntou porque uma pessoa é bonita, e porque há gostos diferentes. Mas algo é importante comentar, uma pessoa bonita é algo inquestionável, ela pode não ser atrativa para você, ela pode não ter nenhuma característica que você ache interessante, mas você não pode negar que aquela pessoa é ou não é bonita. Mas afinal, o que torna uma pessoa bonita? São as proporções e a simetria, existem gordos bonitos, magros, altos, baixos, das diversas cores, então não se trata puramente de gosto, e sim de algo a mais que existe ali, e isso é exatamente o simétrico e o proporcional.
Simetria, é tudo aquilo que é igual de ambos os lados, um rosto simétrico bem conhecido, Tom Cruise, ele vai ficar velho, e cada vez mais velho, mas vai continuar (acredita-se se nada lhe acontecer) simétrico, e continuará a ser o galã dos cinemas. A culpa é só da simetria? Não, ele também é proporcional, de nada adiantaria ele ter simetria se fosse barrigudo e tivesse as pernas finas, ele é esteticamente proporcional, isso lhe daria o status de beleza mesmo se ele não fosse famoso, afinal fama é outra história.
O que estamos dizendo com isso é que a simetria e a proporção são importantes, você não se interessaria (talvez não) por alguém cujo nariz estivesse uns pixels a direita, e que tivesse um olho com a cor diferente do outro… certamente não, e se lhe interessar alguém assim com certeza serão outros fatores que não somente os já citados.
As primeiras coisas que são observadas por nós seres humanos é a simetria e proporção, as demais qualidades são observadas depois.
Mas e quando falamos em aplicativos? A princípio só lhe resta simetria, proporção,constraste e cores, o aplicativo pode ser bonito, pode ser funcional, pode ser fantástico, mas se tiver campos desalinhados certamente não irá agradar, e não pense que o usuário irá saber o que lhe incomoda, ou mesmo seu cliente, ele não vai saber, ele só vai olhar e dizer… Hummmm, não sei… algo não está legal.
E logo mais começam as alterações, e tudo isso porque você desenvolvedor muitas vezes não se preocupou com o pixel de diferença ou mesmo com uma cor, tudo porque pensou que poderia acertar depois.
Comentário:
Será mesmo? Mas é claro que não, cantos arrendados tem os seus motivos, e os cantos duros também.
Se a aplicação possui uma identidade visual arredondada, certamente os campos, boxes ou imagens que tiverem cantos duros vão se sobressair de todo o resto, as vezes será bom e as vezes não. E isso deve ser feito de forma consciente e não desproposital.
Comentário:
Realmente, importa que esteja funcionando, mas e a experiência será boa? Quem de nós gosta de esperar? Quem de nós está disposto a aguardar um carregamento?
Muitas vezes a demora de uma aplicação não está associada ao tipo de linguagem usada, servidor, vídeos etc, muitas vezes é o próprio código que tem um algorítimo não muito inteligente, fazendo que haja demora na resposta de uma determinada requisição.
Certamente não importando de onde vem a demora, ela oferece uma péssima experiência a qualquer usuário, e muitos de nós (como usuários) por vezes fechamos uma aplicação e desistimos por conta da impaciência.
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Comentário:
Ele deve, sim deve, mas não é ao pé da letra. O cliente não é responsável por saber do seu próprio problema, e na maioria das vezes ele não sabe. Acredite, o cliente vem até nós para procurar uma solução de um problema, mas se você estudar o seu cliente por vezes vai encontrar que o problema demonstrado por ele não é exatamente um problema, e que o que realmente está causando transtorno é outra coisa, portanto ouça o cliente, mas tente entender toda a mecânica do processo do projeto para que descubra o real problema e possa oferecer uma boa solução.
Comentário:
O cliente não pode definir por exemplo como cores devem ser aplicadas, ele pode sim oferecer uma paleta de cores que corresponde a uma identidade visual da empresa, mas definir onde essas cores serão aplicadas é algo para um profissional que estudou semiótica, teoria das cores e afins… que sabe como e porque aplicar determinada cor e que resultado isso irá trazer.
Portanto é obrigação do designer conversar com o cliente e demonstrar o que é melhor e mais viável para determinado tipo de aplicação e interação com o usuário.
Comentário:
Não, esse é o último que deve ser ouvido, se ele for ouvido você realmente irá criar um monstro. Existem técnicas para se ouvir um usuário e é através de feedback de algo já realizado, mas nunca antes do layout estar feito, você deve sondar gostos, estilos e tudo o mais para o público que irá utilizar a aplicação mas nunca chegar em um usuário e perguntar qual cor acha que deveria ser a aplicação? ele lhe dirá uma, e certamente outro usuário lhe dirá outra, e gosto pessoal de cor não é sequer a cor que ele de fato gostaria de ver na aplicação.
Estou dando o exemplo de cor pois é o mais fácil de ser entendido mas você pode imaginar um usuário pedindo que seja inserido milhares de ferramentas, no qual talvez um dia, quem sabe, sejam utilizadas…
Comentário:
Mito, é claro que é mito, o layout é que faz vender o projeto muitas vezes mas não o produto, ninguém compra um aplicativo unicamente porque seu layout é bonito, ele ajuda e muito a fazer a publicidade de um produto, ele faz parte do conjunto. Mas não se deixe enganar por designers que se auto valorizam ao extremo dizendo que tal e tal aplicação só vendeu por conta do design. Isso não acontece, o design ajuda, ele faz parte da Experiência do Usuário, mas não é por si só toda a experiência, não sendo portanto unicamente o responsável pela venda de um produto, é sim, o carro chefe, o cartão de visitas, mas não pode se atribuir toda a glória a ele.
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Comentário:
É comum, mais do que deveria, vermos arquitetos de informação dizer que site acessível e funcional geralmente é feio, porque é difícil adequar funcionalidade com beleza, que ter um site funcional é mais importante que ter um site bonitinho, é verdade, mas é mito achar que beleza e funcionalidade não possam andarem juntas.
Comentário:
Esse é sem dúvida o maior mito entre os arquitetos, há discussões, brigas absurdas entre arquitetos e designers por conta desse tema. 3 cliques é bom, mas não pode ser a regra, 3 cliques para se chegar a qualquer lugar em uma aplicação é importante, mas nem sempre deve ser assim, a Amazon que o diga, com uma interface wizard para as compras, bem como outros e-commerces, porque deve então haver imposição em todas as demais aplicações com sistema em Hub?
Todas as páginas no sistema em Hub deve ser acessada em 3 cliques? Infelizmente isso as vezes causa é uma experiência ruim, uma determinada informação que poderia estar separada em uma outra página está jogada nas mesma página juntamente com outra que não lhe tem qualquer parentesco somente porque o arquiteto queria ter 3 cliques.
É importante organizar a informação o máximo possível, sem se prender a esse tipo de mito, a informação deve estar associada a seus parentes, a sua hierarquia, entre outras técnicas da arquitetura de informação, mas se você se limitar as regras sem pensar no benefício do usuário, sem pensar na experiência que ele vai ter, certamente você não estará fazendo da arquitetura uma parte do processo de UX.
Comentário:
E deixamos o melhor mito para o final, seu usuário é como você.
Esse mito é mais comum entre os arquitetos, mas é também bastante difundido entre os designers.. Todos querem impor seus gostos na hora de fazer uma aplicação, achando que se é bom para mim então será bom para o usuário… Esse é o pior erro que alguém que está em um projeto de uma aplicação pode cometer, você deve pensar no usuário de forma diferente, você deve se imaginar como ele, mas não pensar que ele deve ser como você.
Criar uma aplicação para o segmento infantil é um bom exemplo, você não é criança, mas consegue imaginar o que agrada uma criança, consegue através de pesquisas e pela sua própria experiência que teve pois um dia já foi uma, enfim, há sem dúvida inúmeras formas para você se colocar na posição do usuário, mas nunca, nunca mesmo coloque o usuário na sua posição, acreditando que ele gosta das mesmas coisas que você.
Por fim, como conclusão desses mitos, não se iluda, se um número X de pessoas viu a sua aplicação e não tiveram uma boa experiência, não pense que elas estão erradas e você é que está certo, se aquelas pessoas são do mesmo segmento que seu público, então algo está errado na sua aplicação, não insista no erro, se preciso, jogue tudo fora e volte a ponta do lápis, não se satisfaça com o bom se você pode ter o ótimo.
Eduardo Horvath é UX Specialist e Designer na redspark.
Formado pela Faculdade Impacta de Tecnologia no curso Design de Mídia Digital ele atua na área de Design a mais de 15 anos.
@eduardohorvath
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