Técnico

Bons programadores: Estude! Esqueça! Tenha bom senso!

Esse negócio de POG é uma coisa engraçada. Vejo as pessoas muito preocupadas com este tal uso dos colchetes, por exemplo. Bem, penso eu que existem inúmeras outras coisas mais importantes para se preocupar. Não que o uso da notação de colchetes indiscriminada não deva ser alertada. Mas o impacto que isto pode ter no código é bem menor, por exemplo, do que usar o Command do Cairngorm ou do PureMVC APENAS para fazer uma simples chamada no Back-end e armazenar o resultado em algum “model” no Front-end. Notem a importância da palavra “APENAS”. Se você tem uma aplicação com mais de 5 Commands e eles só fazem isso são boas as chaces de você não precisar de fato de uma Microarquitetura robusta como o Cairngorm/PureMVC ou de você estar subutilizando o Command. E eu não vejo quase ninguém discutindo isso.

Eu tenho a impressão que muitos programadores param no que aprendem sobre conceitos de programação logo que dominam alguns princípios básicos. Por exemplo, muitos ainda continuam tentando economizar processamento em loops de 100 iterações. Muitos continuam achando que dois loops sempre devem ser transformados em um apenas. Muitos continuam achando que trabalhar com XML no Flex é necessariamente ruim. Muitos continuam achando que retornar uma Lista com 500 objetos serializados do Back-end vai acarretar, necessariamente, em problemas de performance. Muitos continuam achando que a OOP se resume a notação de ponto. Mas poucos, poucos mesmo, falam de conceitos de programação mais atuais e práticos. Poucos falam de Refatoração de verdade como Encapsulate Field, Extract Class, Extract Interface, e outros. Poucos discutem Design Patterns e OOP. Poucos se preocupam com bons nomes de propriedades, métodos e classes. Poucos discutem se a Herança está sendo corretamente aplicada ou se o melhor seria a composição. Poucos conhecem bem o polimorfismo além da sobrecarga de métodos. Poucos criam Interfaces nos seus projetos para tirar proveito do Polimorfismo.

Bem, a minha pretensiosa crítica leva à uma pretensiosa conclusão: Não acredite que apenas fazendo no dia-a-dia você se tornará um programador acima da média. Saiba que os conceitos que lhe passam logo que você está aprendendo a programar NÃO são os únicos. Existe uma vasta literatura capaz de fazer com que você mude sua visão simplista sobre programação. Primeiro estude. Depois esqueça tudo que aprendeu. Depois atinja o bom senso que só os programadores acima da média têm.

NOTA: Este post foi originalmente publicado na FlexDev. E embora eu tenha linkado alguns exemplos não me refiro a eles especificamente.

4 Comments

  • Boa crítica Beck, é importante não parar no tempo e se manter atualizado, conhecer “culturas” diferentes abre nossa mente para caminhos que antes não viamos e estavam bem ali na nossa cara.
    braços e sucesso

  • Emil Beli disse:

    Ótimo artigo.
    Não é somente que aprender e esquecer e não cair na tentação de usar uma tecnologia nova porque é chique.
    Experiencia é tudo. Preciso adicionar que nenhum modelo inventado até agora, e que vai ser inventado no futuro vai acomodar todos os casos.
    É bom saber o que mais populares fazem, usar sua experiencia, e bolar coisa melhor para seu caso, não esquecendo usar coisas boas de outros modelos, para fazer code melhor para a tarefa.

  • Beck Novaes disse:

    A experiência é com certeza um grande diferencial, desde de que seja baseada num aprimoramento continuo. Pessoas experientes que refletem sobre sua atividade, aprendem com os erros e têm contato com boas práticas de programação tendem a ser excelentes profissionais. Mas aqueles que se fecham no seu mundo, achando que vão aprender tudo por osmose, podem passar anos fazendo a mesma coisa e mesmo assim dificilmente conseguirão criar algo além de preconceitos. Enfim, tem os dois lados da moeda, de modo que eu não acho que um programador com muitos anos no mercado seja necessariamente melhor que outro com poucos.

  • […] que motivou este post foi um outro, do blog da DClick escrito pelo Beck Novaes que fala sobre bons programadores. Ele prega que é preciso se aprofundar no que se dispõe a […]

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