Esse texto não visa explicar o que é UX, já temos um texto que trata do assunto, este artigo abaixo é a visão de Shane Morris sobre o processo de UX em si.
Entenda do artigo a palavra produto como o aplicativo em si construído pelo desenvolvedor e designer.
Shane Morris, um ex-UX Evangelista da Microsoft e que atualmente é um UX Arquiteto independente, realizou uma palestra chamada “Pimp My App” no TechEd Brasil 2010, apresentando cinco coisas para se saber antes de começar a criar uma UX (como já comentei, no texto What the hell is UX?, é comum arquitetos se apoderarem do termo UX a fim de definir a matéria de usabilidade com um algo a mais, porém aqui no texto vale o nome, só acho que um pouco mal colocado), e 6 dicas de como desenvolver um produto com uma aparência maravilhosa.
Morris considera que o desenvolvimento de uma UX (como já havia citado, UX não é algo concreto mas vamos lá), deve seguir as seguintes etapas:
1. Projeto Conceitual
2. Design de Informação
3. Design de Interação
4. Apresentação do Design
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1. A primeira função de um projeto de UX não é estabelecer as cores e as fontes, mas classificar as informações a serem exibidas e estabelecer o fluxo de informações, ajudando o usuário a encontrar o seu caminho, fazendo com que o mesmo consiga realizar a tarefa predisposta. Em seguida vem a questão “emocional” do produto.
2. Definição dos objetivos do usuário, dos negócios, da usabilidade, da experiência e perspectiva, porque tudo isso irá afetar o design.
O que acontece com o olhar do usuário quando este acessa um produto e uma página? Qual objetivo da organização do produto? O que torna um produto útil? Ele é fácil de usar? Flexível? Adaptável?
Qual é a experiência de se usar o produto desejado?
Esta é a melhor forma de expor as informações aos usuáros potenciais do produto, caso contrário o designer deve se perguntar o que ele gostaria de ver se ele fosse um cliente.
3. “Você não é o usuário”. Enquanto o designer deve tentar imaginar o que o usuário gostaria de ver ao utilizar o produto, ele deve lembrar que ele não entende realmente os gostos do usuário e o que realmente gosta ou sente, então ele não deve assumir que todos os usuários vão gostar de tudo que ele gostaria de ver.
4. Realizar testes de usabilidade a cada dois ou três sprints para certificar-se de que as novas implementações no projeto serão bem recebidas.
5. Adquirir uma boa compreensão do fluxo de informação em todo o produto, pois ele ajuda a imaginar maneiras melhores de apresentar essa informação. Então só depois disso podemos passar a pensar na concepção da Interface para o usuário (UI – User Interface).
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1. Mapear o fluxo de trabalho, determinar a sequencia das ações que o usuário pode vir a realizar, a fim de conseguir fazer as atividades.
2. Liste os seus conteúdos, determine os widgets necessários para tonar o fluxo de trabalho possível. Apropriadamente escolha os check boxes, radio buttons, spin buttons, etc. Escolha a terminologia utilizada, ou seja, palavras que aparecem nos botões (text label), check boxes, etc.
3. Organização dos elementos da página, essa organização visual deve ser considerado a partir do fluxo normal de uma página (visão ocidental), que é na maioria dos países, da esquerda para a direita e de cima para baixo. Essa é o padrão a ser levado em consideração.
4. Verifique o agrupamento. Alguns elementos estão fortemente relacionados entre si, e por isso é natural agrupá-los por página, isso pode exigir alguma reorganização dos elementos (e até mesmo da proposta inicial).
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1. Remova todos os elementos desnecessários, uma abordagem minimalista seria recomendada.Toda a “decoração” deve ser feita com um propósito em mente. Caso se trate de um produto previamente projetado, deve-se remover qualquer elemento que não é relamente necessário ou que tumultua a vista, enganando o usuário em relação ao seu real propósito. Por exemplo, se dois elementos são relacionados, devem estar juntos dentro do mesmo box, em vez de em boxes separados.
2. Minimize as variações. Deve-se ser coerente com as fontes, layout e cores utilizadas. Isso não significa que deve ser usar as mesmas características por toda a página, mas a variação é que deve ser limitada. As pessoas são mais atraídas por GUIs (Guidelines) consistentes e previsíveis.
Por exemplo, a área de compra de um site deve ter um destaque diferente, porém a tal área além de ter um visual mais próprio, mantem um padrão entre si.
3. Alinhamento. É importante que os vários elementos de uma pagina estejam alinhados tanto quanto possíveis, para que isso de fato crie um fluxo visual, tornando mais fácil para o usuário entender a página.
4. Uniformidade e Proporção. Tem de haver equilíbrio na forma como os elementos estão dimensionados e espaçados entre si. O olho prefere elementos do mesmo tamanho e com espaçamento proporcional, fazendo com que pareça natural.
5. Indique agrupamento através de boxes, com similaridade, proximidade, alinhamento, e espaçamentos.
6. Ajuste o peso visual. Atribua diferentes pesos aos elementos visuais, usando cores, tamanho, forma, desalinhamento, contraste, animação, isso ajuda o usuário a navegar em uma página pela ordem correta projetada. Por exemplo, o olho vai notar rapidamente os elementos que são maiores, ou com maior contraste, com cor de funda, ou mesmo com cor quente.
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“O vermelho e o verde não deve serem vistos sem uma cor entre eles” – Tendo cuidado na combinação de cores. Na verdade o Morris foi simplista, já que poderia ter citado que vermelho e verde, ou vermelho e azul são cores opostas, essas cores se não tiverem uma linha branca entre elas (só exemplo) causará confusão no cérebro vulgo ilusão de optica.
Utilizando uma abordagem minimalista para o o número de cores. Ou seja, não faça do seu produto um arco-íris a menos que você saiba o que está fazendo.
Morris pede aos designers escolherem uma escala de 1 a 5, 1 correspondente a não ter uma experiência em UX e 5 se refere a quem já tem uma experiência basta e sabe como utilizar as cores. Assim se um desenvolvedor acha que não tem talento para a arte, mas que ele necessita tomar uma decisão sobre uma determinada interface, que utilize então apenas uma cor. Se alguém pensa que é um bom designer então ele merece usar escala de 3 cores, mas se ele é um especialista já pode usar 5 horas e bem, ele já sabe que pode fazer isso.
A cor de fundo deve ser neutra, branco, cinza, marinho, preto, marrom escuro, porque essas cores trabalham muito bem com a maioria das demais que estarão na página.
Se o indivíduo não sabe quais cores usar deve-se usar tons de uma mesma cor.
Utilize um desses sites para tirar boas combinações para uma aplicação.
http://kuler.adobe.com/
Ambos possuem boas aplicações em Air para utilizar no seu desktop.
Preste anteção aos problemas de visão, mais precisamente dautonismo que afeta 10% dos homens, segundo Morris. O site vischeck.com é útil para garantir que o design é apropriado a esse respeito, e não deve se confiar somente na cor para transmitir informações.
Cores frias, azul, verde – tendem a diminuir quando usadas em relação ao espectador, da mesma forma, cores quentes, o inverso, tal como vermelho, laranja,. Então utilize apropriadamente as cores para o que deseja, como no caso de algo que queira estar próximo do espectador utilize cores quentes.
Bom, essa é a visão do Morris, não há nada novo aí, mas espero que ajudem a agregar mais conhecimento sobre o tema, acontece que, novamente isso não é UX, isso é os passos para se garantir uma boa UX, lembrando que UX é de fato a experiência do usuário, para se atingir a mesma é necessário técnicas e essas são as mais básicas que devem ser respeitadas para o mínimo de sucesso.
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Eduardo Horvath é UX Specialist e Designer na redspark.
Formado pela Faculdade Impacta de Tecnologia no curso Design de Mídia Digital ele atua na área de Design a mais de 15 anos.
@eduardohorvath
[…] Você se recorda do texto que eu postei sobre a visão de UX de Shane Morris? (Desenvolvimento da UX)? […]