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Gestão de Qualidade – A conscientização sobre qualidade

Objetivo: Este post tem como objetivo dar início a discussão de um tema complexo e extenso, a Gestão da Qualidade. Nesse primeiro texto eu vou falar sobre como se iniciou o conceito de Qualidade, como as empresas dão início a busca por qualidade e como dar o “start” na conscientização sobre qualidade.

Gestão de Qualidade – Round 1

Quando tudo começou

A definição de Gestão de Qualidade é mais antiga do que muitos imaginam. Um dos nomes mais conhecido nesse meio é o de Joseph Moses Juran, que publicou seu primeiro artigo sobre qualidade relacionada à engenharia mecânica em 1935 e seu livro Quality Control Handbook, publicado em 1951, ainda é referência na área.

Um exemplo de como a Gestão de Qualidade foi de grande importância é o Japão. Após a 2ª guerra, ele chamou Juran para palestrar à grandes empresários japoneses e ajudou o Japão a conseguir produzir produtos de qualidade e a construir a reputação “made in japan”.

Hoje em dia…

Hoje a maioria das empresas, indiferente do segmento, possuem uma área de qualidade e se dizem conscientes da importância de gerir a qualidade do que é produzido. Mas o que acontece na prática é a burocratização do processo ou seu total abandono e, seja qual for o extremo que a empresa esteja, ela está longe de estar consciente da importância da gestão de qualidade. O ideal, para qualquer empresa, é um processo condizente com sua maturidade e realidade e esse é o ponto onde a maioria das empresas acabam errando.

O mercado possui diversas opções de processos de gestão de qualidade, uns mais detalhados do que outros, uns mais engessados que outros, mas todos focados na busca pela qualidade. Mas como saber qual é o melhor processo para a minha empresa? Antes de responder essa pergunta é preciso responder a: Como está a minha empresa? Sem saber a resposta dessa pergunta fica muito difícil saber qual processo se adequará melhor ao processo já vigente, pois a Gestão de Qualidade não é apenas a verificação do produto final, ela faz parte de cada etapa e processo da empresa pois tudo que acontece pode e vai causar algum impacto naquilo que está sendo produzido ou oferecido.

O primeiro passo a ser dado é se conscientizar do que é qualidade, pois é algo muito subjetivo e diretamente ligado aos conceitos individuais de cada um. O interessante é começar a entender os conceitos de qualidade já divulgados, como o livro Quality Control Handbook do Juran (http://www.juran.com/blog/) ou os conceitos da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade (https://www.fnq.org.br/site/376/default.aspx) para ter uma base para construir o próprio conceito de qualidade e começar a moldar a Gestão de Qualidade ideal.

Abaixo seguem alguns pensamentos sobre Qualidade para reflexão:

“Qualidade não é uma idéia ou uma coisa concreta, mas uma terceira entidade independente das duas…embora não se possa definir qualidade, sabe-se o que ela é.” (Pirsig, 1974:185)

“Qualidade consiste na capacidade de satisfazer desejos” (Edwards, 1968:37)

“Na análise final de mercado, a qualidade de um produto depende de até que ponto ele se ajusta aos padrões das preferências do consumidor.” (Kuehn & Day, 1962:101)

“Qualidade é a adequação ao uso” (Juran, 1974:2)

Se você parar e refletir sobre cada um desses pensamentos citados, vai perceber que um complementa o outro e que em determinados momentos um se encaixa melhor que o outro a uma determinada situação. Esse é um dos pontos chave da qualidade, saber aplicá-la da forma certa no momento certo.

Na prática, a qualidade é muito mais fácil de ser compreendida do que na teoria, então vamos supor que você tenha que definir qual o padrão de qualidade a ser adotado para se produzir uma corda. Simples, certo? Mas e se eu te falar que essa corda tem que suportar o peso de um corpo humano pois ela será usada por alpinistas…o que muda? O padrão de qualidade agora tem que levar em consideração que uma falha na corda pode matar uma pessoa, ou seja, não pode haver falhas. Se fosse uma corda para fazer laços em embalagens comuns as falhas seriam aceitáveis, mas não no caso de cordas usadas para alpinismo!

Tente, da próxima vez que for fazer algo, pensar se você realmente tem consciência do padrão de qualidade necessário para executar essa atividade e, se estiver certo que sabe, pergunte à pessoa ao lado se ela concorda com o que você acredita ser o padrão de qualidade ideal…você pode se surpreender com o quanto distorcemos a qualidade ideal para continuarmos na nossa zona de conforto.

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